ESG: a tendência global que as empresas precisam conhecer
A sigla ESG está em alta nos últimos anos, então é bem provável que você já tenha se deparado com ela alguma vez antes. De acordo com o Google Trends, a busca por esse termo triplicou em 2022, aumentando cerca de 150% em relação ao ano passado.
Ou seja, a tendência global ESG está crescendo cada vez mais e você não é a única pessoa pesquisando sobre o tema. Órgãos internacionais estão atualizando suas políticas e regulamentações para incluir pautas ESG, o mercado financeiro as está usando como critérios para análise de riscos e definição de investimentos, e seus concorrentes as estão incluindo em seus planejamentos estratégicos.
O ponto positivo é que ninguém ainda dominou as boas práticas ESG no Brasil, muito por conta da falta de entendimento sobre o tema. Ao adotá-las agora no seu negócio, você ainda consegue sair à frente da maioria do mercado. Por isso, sem perder mais tempo, aprenda aqui o que você precisa saber para implementar as diretrizes ESG na sua organização.
O que significam as letras E, S e G?
A sigla vem do inglês Environmental, Social and Governance, que em português podem ser traduzidas para Ambiental, Social e Governança. Inclusive, aqui no Brasil, também encontramos o termo ASG em alguns lugares.
Mais especificamente, de acordo com Ana Paula Candeloro, fundadora do Yiesia, ESG é um framework de comportamento empresarial e um balizador para a criação de novos produtos e serviços. São novos parâmetros que passam a integrar o processo decisório, transversalmente. Esses princípios devem estar no core business das empresas, segundo Ana Paula.
A pauta ESG está muito relacionada à noção de sustentabilidade empresarial e ao capitalismo consciente, em que o lucro não é mais o único objetivo dos negócios, apesar de ainda ser essencial.
A criação e ascensão do movimento ESG
O mundo está em transformação. Nunca se falou tanto sobre a importância da sustentabilidade e da urgência em combater as mudanças climáticas. É nesse cenário em que as primeiras ideias sobre ESG tomam forma.
A sigla foi usada pela primeira vez em 2004, na publicação Who Cares Wins, do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial. Esta, por sua vez, nasceu a partir de uma provocação do então Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, quando se dirigiu a 50 CEOs para discutir sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
O termo foi ganhando força ao passar dos anos. Primeiro, com o surgimento dos green bonds em 2007, o lançamento da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em 2015. Em 2018, outro marco importante ocorreu quando Larry Fink, CEO da BlackRock, maior empresa de investimentos do mundo, anunciou que as empresas que não estivessem contribuindo positivamente para a sociedade e seus stakeholders seriam deixadas para trás, ditando um novo rumo para o mercado financeiro. Mais recentemente, a preocupação com a temática ESG foi bastante impulsionada por conta da pandemia da COVID-19.
Para ilustrar, aqui estão alguns dados que comprovam como ESG é uma tendência global em ascensão:
- 77% dos investidores institucionais planejam parar de comprar produtos que não sejam ESG nos próximos dois anos.
- 85% dos conselheiros e institutos globais acreditam que haverá um foco maior em questões ESG, de sustentabilidade e de geração de valor.
- 66% das pessoas estão dispostas a pagar mais por serviços e produtos de organizações comprometidas com ações socioambientais. Isso representa uma alta de 11 pontos percentuais em relação ao ano anterior da pesquisa.
- No Brasil, fundos ESG captaram 2,5 bilhões de reais em 2020. Mais da metade desse valor veio de fundos criados ao longo do último ano.
- 83% das empresas que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 possuem processos de integração dos ODS às suas estratégias, metas e resultados.
ESG e seu negócio juntos na prática
As diretrizes ESG se tornaram uma espécie de norteador que ajuda a guiar os negócios no caminho do desenvolvimento sustentável. Ao seguir esse framework sua organização estará agindo sobre as externalidades positivas e negativas que causa. Ou seja, atuando nos efeitos não intencionais gerados pelo seu empreendimento. Faz-se necessário minimizar aqueles que são negativos, ao mesmo tempo e que potencializa os positivos.
Separamos alguns exemplos de ações que você pode colocar em prática para estar de acordo com as boas práticas ESG, alinhado com cada um dos pilares:
- Ambiental: políticas de carbono zero, gestão de resíduos, diminuição do uso excessivo de recursos naturais, projetos de preservação ambiental e uso de energias renováveis.
- Social: satisfação dos clientes, desenvolvimento da comunidade em que a empresa está inserida, diversidade e inclusão nas equipes, respeito às leis trabalhistas e proteção de dados e privacidade.
- Governança: composição de conselhos, seguir condutas éticas e anticorrupção nos negócios, transparência fiscal e das informações, boa política de compliance e definição da conduta corporativa.
Além disso, também vale ressaltar que estar de acordo com os 10 princípios do Pacto Global e ter projetos que contribuam no atingimento dos ODS também são ótimas ações para estar em linha com o movimento ESG.
Seguir as diretrizes ESG também traz inúmeros benefícios para sua companhia, como a redução de interferências regulatórias, fidelização de clientes e maior satisfação de funcionários, além de proporcionar uma maior segurança para possíveis investidores.
No entanto, é importante reforçar que sua organização deve ser cuidadosa para não ter suas iniciativas confundidas com algum tipo de washing. Isso ocorre quando as instituições tentam se aproveitar da crescente onda de ESG apenas para capitalizar em cima dela, como uma jogada de marketing, sem de fato incorporar suas boas práticas no dia a dia empresarial.
Como aprender mais sobre ESG?
Existem diversas entidades nacionais e internacionais que são referência na implementação de iniciativas ESG. Separamos algumas delas que você pode acompanhar para estar sempre a par das últimas tendências do mercado:
- Pacto Global, iniciativa da ONU para incentivar empresas a adotar políticas de responsabilidade social, corporativa e sustentabilidade
- IRIS+, plataforma que realiza medições de impacto
- Carbon Disclosure Project, ONG que ajuda empresas e cidades a divulgarem seu impacto ambiental
- Sustainalytics, empresa que classifica a sustentabilidade das empresas
- Bloomberg, rede de televisão de notícias
- MSCI ESG Research, plataforma que oferece ferramentas para tomada de decisões da comunidade global de investimentos
- Fórum Econômico Mundial, entidade que adota o capitalismo de stakeholders e em 2020 elaborou um modelo importante de relatório de disclosure de informações não financeiras
No início de 2023 novas disposições do Formulário de Referência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entrarão em vigor. Esse documento reúne as principais informações sobre as corporações, e com sua atualização exigirá mais informações sobre os aspectos ESG das companhias. ESG ainda é uma tendência em crescimento, que está no período de formalização, em que novas normas e mudanças acontecem muito rapidamente. Para se manter à frente da concorrência e trabalhar desde já nas suas iniciativas relacionadas à governança ambiental, social e corporativa da sua empresa, entre em contato conosco que nós do Yiesia podemos te guiar nessa jornada. Assim como diz Ana Paula Candeloro, ESG pauta decisões e comportamentos. São escolhas que impactam o mundo. Agora só cabe a você fazer essa escolha.
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