Como a espiritualidade se encaixa no ESG?
Esta talvez possa ser uma combinação de conceitos um tanto quanto inusitada. No entanto, se você se permitir parar para refletir sobre o papel da espiritualidade no ESG, verá que faz bastante sentido.
Antes de nos aprofundarmos, é muito importante ressaltar que este não é um artigo relacionado à religião. Precisamos abordar a noção de espiritualidade no sentido de buscar uma conexão com valores e significados mais profundos, atendendo aos desejos da essência, seja a sua própria como indivíduo ou a do seu negócio.
Com isso em mente o Yiesia, por exemplo, é uma empresa que incorpora a espiritualidade como o quarto pilar da sustentabilidade, ao lado dos aspectos social, ambiental e econômico. Mas, afinal, o que tudo isso significa?
O que é ESG?
Basicamente, ESG consiste em diretrizes que podem ajudar sua organização a crescer e se desenvolver de maneira sustentável. São um conjunto de boas práticas que englobam os âmbitos Ambiental, Social e de Governança, originários do inglês Environmental, Social and Governance. Em outras palavras, é um framework de comportamento empresarial e um balizador para a criação de novos produtos e serviços.
As diretrizes ESG têm conquistado uma posição de destaque dentro do cenário corporativo. Inclusive, chegam a ser denominadas como o caminho do futuro para companhias que queiram se manter relevantes e se destacar perante clientes e investidores.
Para ilustrar, 66% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por serviços e produtos de organizações comprometidas com ações socioambientais. Enquanto isso, fundos ESG no Brasil captaram cerca de 2,5 bilhões de reais em 2020.
O que é a espiritualidade no ESG?
Como já mencionamos, a espiritualidade nesse caso não está atrelada à nenhuma ideologia de religião. Queremos abordá-la a partir de aspectos não tangíveis, como os valores de comunicação, confiança, transparência, senso de pertencimento e identidade. Podemos entendê-la como os princípios éticos de uma organização, sua bússola moral.
Agora que já temos esse conceito bem determinado, podemos refletir sobre como ele se encaixa no ESG.
Apesar de não serem contemporâneos das diretrizes ESG, Rudolf Steiner e Ernst Fritz Schumacher possuem conceitos interessantes relacionados a esse tema, que valem a pena ser explorados. Steiner e Schumacher são considerados os pais das teorias da economia fraterna e da economia budista, respectivamente. Ambas são propostas de modelos econômicos que prezam por uma nova forma de se relacionar com o lucro e o desenvolvimento empresarial. As duas priorizam o bem-estar da sociedade e do planeta em detrimento da produção desenfreada de bens e das consequências negativas do capitalismo como conhecemos hoje.
É desta mesma forma que podemos pensar na espiritualidade dentro do ESG, por uma perspectiva de equilíbrio entre a essência do seu negócio e os resultados demandados pelo mercado. Assim, a empresa pode compreender qual é o seu papel como parte da sociedade e agir mais de acordo com suas responsabilidades socioambientais. Nesse contexto também podemos entender a espiritualidade como uma intuição, um sexto sentido, que promove a inovação consciente e o empreendedorismo.
Ainda, adotar a espiritualidade em paralelo com as boas práticas ESG pode ser um grande diferencial competitivo. Principalmente se você for um dos early adopters desta tendência.
Vale a pena incorporar a espiritualidade no seu modelo de negócios?
Antes de mais nada, é preciso ter consciência dos impactos negativos que o desenvolvimento tecnológico e o modelo capitalista atual causam nos seus stakeholders. Você já parou para pensar, por exemplo, na quantidade de profissionais que vemos sofrendo de burnout, nas comunicações superficiais que tomaram conta do ambiente de trabalho e na perda de vínculos entre empresas e a comunidade que a cerca hoje em dia?
Estamos beirando o limite do modelo materialista que seguimos hoje. É aí que entra a espiritualidade, para tentar reverter essa situação. Ela se torna uma opção bastante válida para ir contra o imediatismo, a baixa produtividade e a fragmentação de equipes e informações.
Ter uma abordagem mais humana e mais ética nos seus negócios pode gerar inúmeros benefícios:
- Fortalecer os vínculos de confiança, os sentimentos de pertencimento e os objetivos de longo prazo da companhia;
- Acolher profissionais que buscam um trabalho com um propósito com o qual se conectem;
- Promover mais espaços para as pessoas se conectarem com sua espiritualidade, intuição, inspiração e imaginação, gerando mais inovação e mais sucesso;
- Ter uma credibilidade maior com seus clientes;
- Melhorar sua governança corporativa;
- Valorizar a imagem da sua marca.
Além de atingir metas de curto prazo que são essenciais para que a organização se mantenha ativa, incorporar a espiritualidade no negócio auxilia no desenvolvimento da sua equipe e na formação de sucessores. Afinal, 50% do seu sucesso é o sucesso do seu sucessor. Neste modelo, ter uma visão de longo prazo é essencial para o bom desempenho da sua empresa, inclusive no presente.
A importância do equilíbrio entre as vontades espirituais e materiais
Como comentamos, estamos perto do limite. Precisamos de uma mudança de comportamento para atingir o bem-estar do planeta e das pessoas que vivem nele. Essa é uma responsabilidade que recai também sobre as empresas. Para termos um crescimento e desenvolvimento rentável e sustentável, precisamos de uma visão holística, proporcionada pela incorporação da espiritualidade e das boas práticas ESG nos negócios.
Na maioria dos casos, o papel de conduzir essa integração de valores, planos e perspectivas é dos Conselhos de Administração. Eles são os responsáveis por zelar pelos interesses dos acionistas, ao mesmo tempo em que são guardiões da saúde organizacional e do valor da companhia perante o mercado e diferentes stakeholders.
Se você ainda não formou um colegiado como esse para a sua empresa, ou está buscando fortalecer o Conselho que já possui, o Yiesia pode ajudar. Entre em contato conosco para entender mais sobre a criação e estruturação de conselhos consultivos.
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excelente material para reflexão e ação.
Que bom que gostou, Carlos! Todos nós podemos nos beneficiar muito em aplicar um pouco mais dos nossos princípios éticos para o sucesso dos negócios.